Uma das apostas do governo para a educação no país, a mudança do
ensino fundamental de 8 para 9 anos, divide opiniões e levanta muitas
questões.
A proposta do Ministério da Educação (MEC), consiste em dar
maiores oportunidades para a aprendizagem das crianças e, com isso, assegurar
uma melhoria na qualidade do ensino.
Com isso, crianças aos 6 anos de idade são admitidas no primeiro
ano, e concluem esta etapa aos 14. Os debates a respeito tiveram início por
volta de 2004, e a implantação começou nos anos seguintes. O governo federal
estabeleceu como prazo máximo para essa mudança o ano de 2010.
Passados quatro anos desde o prazo fixado pelo governo, o assunto
deixa no ar questões cujas repostas ainda não parecem claras.
Talvez, a principal delas se refira aos resultados: se de fato,
houve algum avanço e de que forma se pode avaliar esse avanço?
Em um primeiro momento, parece não ser possível contemplar uma mudança positiva, sobre a melhoria da educação. Na verdade, a impressão que permanece é aquela já conhecida mesmo antes desta proposta vir à tona.
Essa indagação, nos conduz a outra: que fator, ou fatores,
contribuíram para que o intuito da mudança no ensino fundamental não se
concretizasse?
Caiu-se outra vez no velho dilema: teoria e prática. O que no
campo da educação parece ser impossível a aplicação com sucesso.
A conclusão mais evidente é de que o caminho para uma melhoria
efetiva do ensino no país, passa por uma série de fatores muito mais
abrangentes do que a mudança elaborada pelo MEC. O que não significa falta de
mérito no projeto, contudo, a educação do país está condicionada, sobretudo,
por um fator social. Enquanto não se dispuserem a intervir também nessas outras
dimensões que a escola abarca, uma mudança real não será visível, não obstante,
existam boas ideias.
A solução, certamente, passa primeiro por uma conscientização
individual que assume uma dimensão coletiva, e sem duvidas, se realiza em
pequenas ações educativas que vão se integrando e formando uma realidade
concreta. A criatividade e o engajamento de novos educadores representam um
elemento fundamental para uma mudança real. Agir a partir deles e com eles, e
não, sobre eles, tende a ser a chave para compreender e fazer educação hoje.
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