3º
Aprender a viver junto, aprender a viver com os outros.
O mundo de hoje é, muitas vezes, um
mundo de violência que acaba se opondo à esperança posta por alguns no
progresso da humanidade. A história da humanidade sempre foi conflituosa, mas
há elementos que mostram que a humanidade vem a ter um potencial maior de
autodestruição no decorrer do século XX. Até hoje está sendo muito complicado
para a educação modificar está situação com a violência, ela vem tentando
modificar, porém é muito complicado dentro desta sociedade de hoje, que é
totalmente capitalista.
É louvável ter a ideia de ensinar a
não-violência dentro da escola, mesmo que apenas constitua um instrumento,
entre outros, para lutar contra os preconceitos geradores de conflitos. Está
tarefa é um trabalho muito árduo porque, muito naturalmente, os seres humanos
tem a tendência de supervalorizar as suas qualidades e as do grupo a que
pertencem, e alimentar preconceitos desfavoráveis em relação aos outros.
O que fazer para melhorar está
situação? Seria procurar fazer um contato igualitário, e se existirem objetivos
e projetos comuns, os preconceitos e a hostilidade latente podem desaparecer e
dar lugar a uma cooperação mais serena e até à amizade.
Pode – se dizer que a educação deve
utilizar duas vias complementares, que seriam: “A descoberta do outro” e a de
“tender para objetivos comuns”. A primeira que passar a ideia que a descoberta
do outro é necessariamente a descoberta de si mesmo, e por dar à criança e ao
adolescente uma visão ajustada do mundo, a educação, seja ela dada pela a
família, pela a comunidade ou pela escola, deves antes de qualquer coisa
ajuda-los a descobrirem-se a si mesmos. Só assim poderão, verdadeiramente, por
– se no lugar dos outros e compreender as suas reações. A segunda vem com a
ideia que a educação formal deve, pois, reservar tempo e ocasiões suficientes
em seus programas para iniciar os jovens em projetos de cooperação, logo desde
a infância, no campo das atividades desportivas e culturais, evidentemente, mas
também estimulando a sua participação em atividades sociais: renovação de
bairros, ajuda aos mais desfavorecidos, ações humanitárias, serviços de
solidariedade entre gerações.
4º
Aprender a ser
Neste
pilar vem exprimir o temor da desumanização do mundo relacionada com a evolução
técnica. A evolução das sociedades desde então e sobretudo o enorme
desenvolvimento do poder mediático veio acentuar este temor e tornar mais
legitimas ainda que lhe serve de fundamento. Será que é possível, em pleno
século XXI estes fenômenos adquiram ainda mais amplitude. Mais do que preparar
as crianças para uma dada sociedade, o problema será, então, fornecer-lhes constantemente
forças e referências intelectuais que lhes permitam compreender o mundo que as rodeia
e comporta-se nele como atores responsáveis e justos. Mas do que nunca a
educação parece ter como papel essencial conferir a todos os seres humanos a
liberdade de pensamento, discernimento, sentimentos e imaginação de que
necessitam para desenvolver os seus talentos e permanecerem, tanto quanto
possível, donos do seu próprio destino.
Texto: DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. S. Paulo: Cortez, 1998. p. 89-102.